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Estrelas  /  08/02/2021

Ciranda estelar: seis estrelas eclipsantes

by Patricia Cruz
Ciranda estelar: seis estrelas eclipsantes
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Assim como os planetas giram ao redor do Sol, existem estrelas que giram ao redor de outras estrelas. Na verdade, estrelas que compõem sistemas estelares orbitam um centro de massa comum ao sistema – e, de fato, ocorre o mesmo com os planetas no Sistema Solar. Aqueles sistemas compostos por duas estrelas são chamados de sistemas binários e são objetos de estudo de muitos pesquisadores. Uma das formas mais usadas para identificar e estudar sistemas binários é através de seus eclipses. Dependendo da configuração da órbita do sistema, ou seja, de como ela está alinhada no céu, podemos “ver” uma estrela sendo eclipsada por outra (o que de fato se mede por fotometria é uma diminuição periódica no brilho total do sistema causada quando uma estrela passa em frente à outra).

Ilustração do sistema Kepler-16. Num sistema binário eclipsante, quando uma estrela menor passa em frente à estrela maior, bloqueando parte da luz emitida por ela, ocorre o que chamamos de eclipse primário. Um eclipse secundário acontece quando a estrela menor do sistema é, então, eclipsada pela maior. (Créditos da imagem: NASA — Wikimedia Commons)

Muitos sistemas estelares são conhecidos, compostos não só por duas, mas por três ou mais estrelas. Porém, quanto maior o número de estrelas, mais complexa é a dinâmica desses objetos. Conhecer e estudar sistemas estelares múltiplos (compostos, por exemplo, por mais de quatro estrelas), ajuda a entender sobre a formação e a evolução desses objetos que compõem a nossa Galáxia. Segundo modelos e simulações computacionais, que visam conhecer os detalhes e a probabilidade de formação de sistemas estelares múltiplos, sendo que sistemas com um grande número de componentes são raros e têm uma baixa probabilidade de serem formados. Além disso, em sistemas múltiplos, a arquitetura também é importante para a estabilidade dinâmica do sistema e definirá a probabilidade de sua formação. Por exemplo, a probabilidade de formação de um sistema sêxtuplo (formado por seis estrelas) composto por dois sistemas triplos é 10 vezes maior que a de um sistema sêxtuplo composto por 3 sistemas binários.

Recentemente, um estudo realizado utilizando dados do satélite TESS (da sigla em inglês para Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito) descobriu um sistema sêxtuplo de estrelas no qual todas elas eclipsam. Seis estrelas, seis eclipses. A probabilidade de detecção de um sistema desse tipo por fotometria é baixíssima, pois as órbitas de todas as componentes devem estar alinhadas, isto é, em uma determinada configuração orbital, de forma que vejamos seus eclipses. Além disso, o sistema descoberto é composto por um sistema binário mais externo que orbita um sistema quádruplo mais interno, que na verdade é composto por dois sistemas binários. Veja a arquitetura do sistema estelar chamado TIC 168789840 (ou TYC 7037-89-1) na figura a seguir. A identificação e caracterização do sistema mencionado reuniu um esforço conjunto de dezenas de pesquisadores e de astrônomos amadores, utilizando diversas técnicas de observação e de métodos computacionais, como o uso de redes neurais e machine learning.

Ilustração da estrutura do sistema estelar sêxtuplo TYC 7037-89-1, composto por três binárias eclipsantes. O sistema quádruplo mais interno é composto por duas binárias, chamadas de A e C, que orbitam uma à outra em cerca de quatro anos. A binária mais externa, chamada de B, orbita o sistema quádruplo a cada 2 mil anos, aproximadamente. Os períodos orbitais de cada binária são muito curtos, menor de dois dias no caso das binárias A e C, e de cerca de oito dias para a binária externa B. Os tamanhos das estrelas na ilustração estão em escala, mas suas órbitas não. (Créditos da imagem: Goddard Space Flight Center da NASA)

Link para o artigo científico:
Powell et al., 2021, https://arxiv.org/pdf/2101.03433.pdf

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