(Este é Frank Drake e a equação que leva seu nome. – Fonte: SETI Institute.)
Neste mês de setembro, perdemos Frank Drake. Rádio-astrônomo e também idealizador do primeiro experimento SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence; projeto Ozma), ele dedicou parte de sua pesquisa à busca de sinais de civilizações extraterrestres. Dr. Drake ficou conhecido, dentro e fora do mundo acadêmico, por desenvolver uma equação – que leva seu nome – para estimar a quantidade de civilizações alienígenas em nossa Galáxia capazes de enviar sinais eletromagnéticos. A equação de Drake, formulada em 1961, não considerava apenas termos astrofísicos, mas também o tempo de desenvolvimento de civilizações.
Segundo Drake, o número de civilizações tecnologicamente avançadas na Via Láctea depende da taxa de formação estelar na Galáxia, da fração de estrelas que formam planetas, do número médio de planetas com condições necessárias para desenvolver a vida, da fração dos planetas com potencial de desenvolver a vida e que realmente a desenvolvem, da fração que desenvolve vida inteligente, da fração das civilizações inteligentes que desenvolvem tecnologia para enviar sinais ao espaço e do tempo durante o qual uma civilização envia esse sinais. Muitos desses termos eram incertos ou imprecisos na época da formulação da equação. Por exemplo, ainda não se conhecia a existência de planetas fora do Sistema Solar, sendo difícil estimar a formação de planetas em torno de outras estrelas. Até hoje, alguns dos fatores da equação ainda são desconhecidos.
Mais recentemente, Adam Frank e Woodruff Sullivan publicaram em 2016 uma versão atualizada inspirada na famosa equação de Drake, porém com base em dados conhecidos graças ao estudo dos exoplanetas. A nova equação estima o número de civilizações tecnologicamente avançadas que se formaram na história do Universo observável considerando dois fatores: o número de planetas habitáveis em um dado volume do Universo observável e a probabilidade de civilizações tecnologicamente avançadas surgir em um planeta.
Ambas versões têm grande importância filosófica. Se o Universo tem aproximadamente 13.7 bilhões de anos e uma civilização como a nossa leva umas poucas dezenas de milhares de anos para se desenvolver tecnologicamente (e quem sabe quanto levará para sua completa extinção), será que estamos sós no Universo ou apenas não temos “tempo tecnológico” para estabelecer uma comunicação com outras civilizações?
——————–
Referências (em inglês):
https://www.seti.org/drake-equation-index
https://www.seti.org/project-ozma
https://exoplanets.nasa.gov/news/1350/are-we-alone-in-the-universe-revisiting-the-drake-equation/