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Definições, Estrelas  /  24/04/2021

Estrelas Eruptivas

by Guigue
Estrelas Eruptivas
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Concepção artística de uma explosão (flare) na estrela Próxima Centauri. Créditos: S. Dagnello, NRAO/AUI/NSF.

Sabemos que o Sol tem uma intensa atividade que se apresenta na forma de explosões (embora melhor seria de chamá-las de fulgurações, fulgores, brilhos ou mesmo erupções porque, na verdade, não há nada explodindo), Ejeções Coronais de Massa, Partículas Energéticas Solares, e uma longa e variada lista de fenômenos intensos, energéticos e curtos. Algumas estrelas mostram um comportamento semelhante e por vezes mais intenso, mais energético e mais frequente. Essas estrelas são chamadas de flarestars (em inglês) ou estrelas eruptivas (em português).

Uma dessas estrelas é a Próxima Centauri, nossa vizinha mais próxima a apenas 4,25 anos-luz de distância, na constelação do Centauro – dali seu nome. Com uma magnitude de 11, ela não é visível sem telescópio e foi de fato descoberta em 1915 por Robert Innes. É uma das primeiras estrelas eruptivas conhecidas com variações frequentes do brilho que podem ser muito intensas. Em 2018, por exemplo, seu brilho aumentou para 6,8, quer dizer, multiplicou sua intensidade por um fator maior do que 50. Em comparação, é praticamente indetectável qualquer variação do brilho solar por causa de uma explosão, mesmo das mais intensas.

Próxima é uma estrela anã vermelha, isto significa que tem um raio menor que o do Sol, e também uma temperatura inferior. Apesar disto, sua atividade é, como dito, extremamente alta, com vários flares por dia terrestre. Para dar um quadro ainda mais particular a esta estrela muito peculiar, foram descobertos dois planetas entorno dela: um deles na zona de habitabilidade, a região onde poderia haver vida. E ainda há um terceiro candidato a ser (ou não ser) confirmado.

Em 2018, Próxima se converteu na primeira estrela com um flare observado nas ondas milimétricas (neste caso, no comprimento de onda de 1,5 mm). A descoberta aconteceu por acaso, quando reanalisavam dados do interferômetro Atacama Large Millimeter Array (ALMA). Uma segunda revisão levou a encontrar flares em outra estrela conhecida por sua atividade: AU Mic. Mas esta semana, o mesmo grupo de pesquisadores liderado por Meredith MacGregor (Universidade de Colorado, EUA) publicou um novo artigo em que, pela primeira vez, conseguem observar um flare em Próxima Centauri, em muitos comprimentos de onda. Foi literalmente uma caçada: por mais de 40 horas no total, no dia 1o de maio de 2019, eles monitoraram a estrela com os melhores instrumentos incluindo o Telescópio Espacial Hubble, o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), o telescópio du Pont em Las Campanas (Chile), o Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) e o já mencionado interferômetro ALMA. Os resultados foram bem sucedidos porque detectaram um flare com ALMA em comprimentos de onda milimétricos. E pela primeira vez um flare estelar foi observado em tantas frequências simultaneamente: desde centenas de MHz (com ASKAP) até o Ultra Violeta (UV) e com alta resolução temporal (1 segundo).

Como não podia ser de outra forma, a observação está cheia de surpresas: os que estudamos explosões solares sabemos que produzem emissão ao longo de todo o espectro eletromagnético: das ondas muito longas (KHz) até os raios-gama. Porém, Próxima não mostrou atividade nos MHz. A duração do evento é também surprendente: poucos segundos em total em que liberou uma quantidade de energia semelhante às maiores explosões solares que costumam durar de minutos a horas.

Por enquanto, só temos mais questões a responder. O Universo se mostra, como sempre, muito variado, mesmo em locais tão próximos de nós e nos interpela em nossa ignorância.

Mais Informações: Link para o artigo completo: MacGregor et al. 2021 e Comunicado de Imprensa do ALMA (em inglês).

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